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O mundo local exige uma mudança nas políticas de saúde para que considerem mais os municípios

O mundo local deve ter maior participação na concepção das políticas de saúde e mais presença na governação do sistema de saúde.

Esta foi uma das principais conclusões do primeiro Congresso Mundial de Saúde e Local, que reuniu entre segunda e terça-feira mais de seiscentos autarcas, vereadores e outros representantes e profissionais das administrações locais e da saúde no Museu da Ciência (CosmoCaixa) de Barcelona.
Sob o lema “Ações locais para desafios globais”, o Congresso foi organizado conjuntamente pelo Consorci de Salut i Social de Catalunya (CSC), a Diputació de Barcelona, ​​​​a Diputació de Girona, a Diputació de Tarragona, a Associação Catalã dos Municípios (ACM) e da Federação dos Municípios da Catalunha (FMC).
Como sublinharam os vários oradores, para enfrentar os grandes desafios globais de saúde é necessária uma estratégia abrangente, que contemple a coordenação dos serviços de saúde com os serviços sociais e recursos comunitários nos municípios.
Nessa linha, um dos desafios que tem sido amplamente discutido no Congresso tem sido o envelhecimento da população. Quase 20% da população da Catalunha tem 65 anos ou mais e estima-se que esta percentagem atingirá 30% até 2050. Isto implicará um aumento de doenças crónicas, dependência e fragilidade, bem como um aumento de pessoas que sofrem de solidão indesejada, com os efeitos que isso acarreta na saúde física e mental. Em algumas apresentações foram dados exemplos de municípios trabalhando em programas de envelhecimento saudável e implementando novos modelos de cuidados de longa duração com a participação de diferentes agentes comunitários.
O impacto das alterações climáticas é outro dos desafios globais que tem sido referido, uma vez que influencia a saúde em múltiplos aspectos: através do aumento das temperaturas, da ecologia dos vectores, da degradação ambiental ou da subida do nível do mar.
Durante o evento, foi repetidamente lembrado que 80% dos determinantes da saúde estão fora do sistema de saúde e têm a ver com o estilo de vida, a rede social e comunitária e os factores ambientais. Por isso, a terceira vice-presidente da Diputació de Girona e vice-presidente da Dipsalut, Maria Puig, apontou a necessidade de trabalhar “de proximidade, com uma visão transversal e integradora, que contempla três eixos: saúde, social e sustentabilidade“.
Além disso, a Dipsalut apresentou ao Congresso o programa “Bem-estar e Comunidade”, que facilita a articulação e integração de dispositivos que melhoram a qualidade de vida de grupos em situação de vulnerabilidade e que contribuem para o bem-estar da comunidade.

Conferências, mesas redondas e workshops
O Congresso Mundial de Saúde e Local girou em torno dos seguintes seis eixos temáticos: Saúde em todas as políticas, Integração social e sanitária, Saúde planetária e o mundo local, Envelhecimento e saúde, Saúde pública e municípios, e Poderes municipais e governação em saúde e assistência social. Para abordar estas questões, realizaram-se seis mesas redondas, seis workshops e diversas conferências com oradores nacionais e internacionais.
As conferências foram proferidas pelo presidente do Conselho Económico e Social (CES) de Espanha, Antón Costas; o médico especialista em Saúde Comunitária e ministro da Saúde do País Basco entre 2009 e 2012, Rafael Bengoa, e o economista e diretor do Serviço de Saúde Catalão entre 2016-2018, David Elvira.

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