Metade dos diagnósticos de demência nos municípios de Girona são Alzheimer
A região de saúde detectou 778 novos casos de demência durante o último ano, atingindo um total acumulado de 11.214 diagnósticos recolhidos entre 2007 e 2023. Do total, 54% são de Alzheimer.
Coincidindo com a comemoração do Dia Mundial da Doença, o Institut d’Assistència Sanitària (IAS) e o ICS Girona organizaram esta sexta-feira a II Conferência sobre Alzheimer e outras demências, com o objetivo de avançar no conhecimento dos desafios enfrentados pelas pessoas com Alzheimer e seus cuidadores. Os profissionais enfatizam a importância da prevenção e do tratamento dos fatores de risco.
Segundo dados recolhidos pelo Registo de Demência de Girona (ReDeGi), gerido pelo IAS, no ano passado foram registados 778 novos casos de demência na demarcação de Girona, atingindo um total acumulado de 11.214 desde 2007.
Do conjunto de casos registados, o maior grupo corresponde aos casos com diagnóstico de demência associada à doença de Alzheimer, o que representa 54%. Os diagnósticos de demência mista (vascular com componente neurodegenerativo) representam 20,7%; 7,2% são casos de demência vascular, 3,1% de afasia primária progressiva, 2,8% de demência frontotemporal, 2% demência por corpos de Lewy e 10,8% não têm diagnóstico.
67,2% dos afetados têm hipertensão, 26,2% diabetes tipo 2, 55,9% dislipidemia (concentração elevada de colesterol), 17,2% tinham histórico de acidente vascular cerebral, 5,7% de traumatismo cranioencefálico e 37,8% tinham histórico familiar de demência. 84,8% dos casos provêm dos Cuidados Básicos, 9,25% do hospital e os restantes da Rede de Saúde Mental ou Centro Social de Saúde.
Coincidindo com o dia mundial da doença, mais de uma centena de profissionais abordaram esta sexta-feira no Hospital Santa Caterina de Salt (Gironès) os avanços na prevenção, diagnóstico e tratamento. As boas-vindas foram dadas pelo presidente do IAS, Martí Masferrer, que destacou “o efetivo comprometimento e trajetória da instituição em relação a patologias como a doença de Alzheimer“.
Durante o dia ocorreram mesas redondas com especialistas e os profissionais destacaram que a prevenção e o tratamento dos fatores de risco, juntamente com a intervenção no estilo de vida, podem modificar substancialmente a incidência da demência. Conforme explica a Dra. Anna Cots, houve avanços significativos no conhecimento da doença de Alzheimer e num diagnóstico mais certo graças aos diferentes biomarcadores, bem como nos tratamentos sintomáticos farmacológicos e não farmacológicos, visando otimizar os recursos cognitivos ainda ativos em pacientes. No entanto, “ainda não existem medicamentos que signifiquem mudança na evolução da doença“.
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