A pé pelo Baix Empordà: De Torroella de Montgrí até Torre dels Moscats

Por Pau Roig

Situada a cerca de 3 quilómetros a leste da localidade de Torroella de Montgrí, no meio de um olival nas primeiras encostas da encosta sul de Montplà e não muito longe da zona das Dunas, a Torre dels Moscats é uma modesta torre de vigia para defender o território de ataques de pirataria.

Construída entre os séculos XVI e XVII, serviu provavelmente como ponto intermédio entre os miradouros próximos do mar, como a Torre Moratxa ou Borratxa, e a vila. Muito menos conhecida e visitada do que algumas das quintas fortificadas próximas (Torre Bagura, Torre Quintaneta, Torre Martina, Mas Ral), em 2008 foi declarada Bem Cultural de Interesse Nacional mas, infelizmente, actualmente encontra-se num deplorável estado de conservação. negligência.
Para iniciar nosso passeio, iremos até Torroella de Montgrí e deixaremos nosso veículo bem próximo ao campo de futebol. Deste mesmo ponto existe uma larga estrada de terra, continuação da Ronda Pau Casals – mais tarde muda de nome, passando a ser Camí del Mas Julià -, que seguiremos sem nos desviarmos. Deixando à esquerda o caminho sinalizado que dá acesso às Dunas, caminharemos cerca de dois quilómetros e meio até encontrarmos, à direita, um caminho cortado ao trânsito por uma cadeia colorida. Poucos metros mais à frente, o caminho transforma-se em vereda e termina num olival meio abandonado: bem no meio, a pouco mais de trezentos metros do caminho principal que por ali passava, destaca-se majestosamente mas também um pouco fantasmagórica a silhueta do Torre dels Mascates (Coordenadas UTM 31T 512507, 4655582 ETRS89).

Uma construção muito simples e austera
A primeira coisa que surpreende na Torre dels Moscats é a sua simplicidade e austeridade, mesmo em comparação com o resto das construções defensivas localizadas na planície do Baix Ter, entre Torroella de Montgrí e l’Estartit. Construída entre os séculos XVI e XVII, mede 2 metros de diâmetro e mantém quase toda a sua altura original, rematada no topo por quatro coloridas ameias retangulares. A porta de entrada, que pode parecer uma janela, situa-se ao nível do primeiro andar (portanto é intransitável sem escada) e tem formato retangular, mais largo do que alto, enquanto as demais aberturas são pequenas frestas. No interior, muito interessantemente, conservam-se duas abóbadas cupulares que preservam o alçapão, bem como as marcas concêntricas dos juncos utilizados na sua construção.
Na base da torre existe uma abertura de entrada feita de qualquer forma e sem muitas vistas numa época posterior, quando a torre servia de cabana agrícola; a porta de madeira que impedia a passagem para o interior foi retirada das aberturas, mas, apesar disso, a Torre dels Moscats encontra-se num notável estado de conservação. A triste situação de abandono em que está preso há anos, porém, faz-nos temer pela sua conservação futura.

visitou: Aproximadamente 6 quilômetros (ida e volta).
Tempo aproximado: 90 minutos
Dificuldade: descer Caminho plano e bastante largo que atravessa olivais e impressionantes bancos de pedra seca, mas sem qualquer sinalização no troço final.

Deixe um comentário