O hotel Sharing-La The Shard de Londres foi o palco escolhido para projetar a cozinha catalã como prelúdio da Região Mundial de Gastronomia da Catalunha 2025.
A Agência Catalã de Turismo organizou um jantar-coquetel no qual participaram os chefs Iolanda Bustos (Mas Generós), Adriana Carcelén (Rasoterra), Sergi de Meià (Fundació Coma de Meià) e Gessamí Caramés (Meleta de Romer), que prepararam. pratos confeccionados com ingredientes locais, com particular sensibilidade ao combate ao desperdício e a favor dos processos de economia circular. Tanto os chefs como os operadores turísticos concordaram em destacar o valor da gastronomia catalã como pólo de atração do turismo internacional.
O evento coincidiu com o World Travel Market (WTM) que se realiza na capital britânica, onde a Catalunha tem um stand com cerca de trinta empresas. Um dos elementos que este ano quer sublinhar é a promoção da gastronomia com cunho catalão, coincidindo com o facto de esta Catalunha 2025 ser a Região Mundial da Gastronomia. “Preparamos um ano repleto de ações por todo o lado, na Catalunha, no resto de Espanha e no mundo, em diferentes mercados onde explicaremos a nossa gastronomia e o contributo da nossa gastronomia e cozinha catalã noutras cozinhas a nível mundial“, enfatizou o diretor da Agência Catalã de Turismo, Arantxa Calvera, em declarações à ACN.
Com este objectivo em mente, esta terça-feira quatro chefs catalães ofereceram um jantar cocktail no edifício mais alto do Reino Unido, o Sharing-La The Shard em Londres, onde prepararam vários pratos com produtos catalães, incluindo uma rodela de batata e espigas de milho com alho e óleo de marmelo, civeta de veado, arroz preto com choco ou mini bolo borsat.
“Promovemos o produto catalão como tema da cozinha regenerativa, aquela que promove a economia mais circular, que procura a reutilização dos alimentos e que por vezes trabalha com os produtos para que não se percamCalvera acrescentou. Precisamente, a atracção do produto gastronómico pretende ser utilizada como elemento publicitário para atrair um modelo específico de turismo.
“O tipo de turista que a Agência Catalã de Turismo quer atrair é um tipo de turista consciente, portanto, quem quer vir para a Catalunha, não é a mesma coisa para ele vir aqui e ir para a Itália ou para a Turquia, mas ele quer vem para a Catalunha e, por isso, quer conhecer a singularidade, a autenticidade, a identidade da nossa cultura catalã“, acrescentou. Neste sentido, destaca o valor do setor primário, o produtor, na cadeia da gastronomia catalã, que será um dos objetivos da Região Mundial da Gastronomia durante o ano de 2025.
Quatro chefs e um jantar
O jantar foi servido após a colaboração lado a lado dos quatro chefs que vieram a Londres especificamente para mostrar o melhor da cozinha catalã. “Fizemos um menu entre os quatro chefs, e o que queremos é mostrar uma representação das paisagens da Catalunha, cada um de nós escolheu os produtos locais que trouxemos aqui para mostrar acima de tudo a diversidade que temos, o cultural e gastronômico riqueza e as formas de fazer também“, explicou a cozinheira Iolanda Bustos. “Dependendo de onde você se muda na Catalunha você pode encontrar aquele arroz feito de uma forma ou de outra, e isso é divertido“, acrescentou.
Para a cozinheira Adriana Carcelén, por sua vez, destacou a honra que significa que uma cozinha como a dela, totalmente vegetal, esteja incluída nesta amostra: “Tudo o que fazemos é zero quilómetro, é absolutamente sazonal, é muito importante para nós termos essa visibilidade que normalmente não temos“.
O Chef Sergi de Meià enfatizou que “representar a Catalunha é motivo de orgulho“, por isso está muito satisfeito com sua participação no evento:”Levar o país e a cultura gastronómica mais antiga da Europa ao mundo e mostrá-la não tem preço, é o orgulho de um cidadão catalão“.
Por sua vez, Gessamí Caramés destacou a importância de nele se refletir todo o território catalão, no seu caso as Terres de l’Ebre, “uma área muitas vezes esquecida“, enfatizou.
O valor da gastronomia no turismo
O sector do turismo britânico aplaude a iniciativa, dado que afirma estar familiarizado com o elevado valor da gastronomia catalã, notando a sua importância no planeamento de viagens, especialmente do Reino Unido. “Organizamos viagens sustentáveis, levamos pessoas, geralmente a lugares especiais, e para mim isso envolve sempre gastronomia“, enfatizou o cofundador da empresa Pura Aventura, Thomas Power.
Neste sentido, destaca que o facto de a Catalunha ser a capital da gastronomia em 2025 é muito interessante para os operadores turísticos britânicos. “Há muito a dizer sobre a experiência, as pessoas, os lugares, as paisagens, e tudo isto tem a gastronomia no seu cerne“, ressaltou.
Por sua vez, outro dos representantes das empresas turísticas que costumam organizar viagens à Catalunha, o fundador da Aqueles Travel Guys, Peter Foster, destaca a sua experiência em primeira mão. “Tive a sorte de ir a um hotel onde havia um jovem chef, em Tarragona, em Piorat, região vinícola, era um jovem muito humilde“, lembra ele.
Nesse sentido, destaca que as agências que trabalham com a Catalunha entendem o valor da gastronomia para os cariocas, valor que querem transferir também para a experiência:Precisamos de promover a utilização da produção local, do vinho e da alimentação, e este é o elemento mais importante“, concluiu.